sábado, 12 de julho de 2014

TERCEIRA IDADE


                Depressão na Terceira Idade

O que leva uma pessoa, que conseguiu atravessar a vida de uma forma funcional, em seus numerosos anos, com suas adversidades, frustrações inevitáveis, imprevistos, projetos, decepções - enfim, tudo o que faz parte dela - de repente, apresentar uma indiferença profunda por esta mesma vida, um abandono de si mesmo que não parece se justificar?
Por que algumas pessoas se tornam tão carentes e até dependentes, por volta da chamada terceira idade (ou mais), depois de terem dedicado a vida a causas diversas, como a formação de filhos, carreira, conquistas materiais, etc.?
Justamente quando (finalmente) podem dedicar-se a si mesmas, às atividades a que antes não podiam dispender tempo, essas pessoas desistem? Por que, quando tudo parece concluído, toda a glória da luta parece não ter mais valor? O que lhes falta é um "para que" viver. A falta de um sentido está sempre relacionada ao sentimento de inutilidade, ao vazio existencial: missão cumprida, só resta esperar pela morte...
Será a falta de atividades consideradas necessárias o motivo desses sentimentos?Nesse caso, por que isso não ocorre com todas as pessoas que se encontram em situações semelhantes?
É que não existe um sentido abstrato, que valha para todos: cada pessoa é única e não pode ser substituída; tem sua própria percepção do mundo e dos acontecimentos, e, portanto, só ela pode encontrar o seu sentido específico de vida, em seu momento específico, dentro de si.
Terapia Cognitiva mostra como encontrar esse sentido, analisando os valores pessoais, as crenças particulares e ajudando o paciente a desafiar seus pensamentos de auto desvalorização. Que importância tem estar "envelhecendo"? Tudo o que está no passado não está perdido, como se pensa. Pelo contrário, está guardado para sempre.
Não são mais expectativas, e sim realizações: os fatos, as conquistas, e até os sofrimentos suportados! Como diz Victor Frankl, ter sido é a mais segura forma de ser. Por que, então, não continuar sendo?

Helenita Scherma

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